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Vini Jr Diz Que Amigo Foi Vítima De Racismo Antes De Brasil x Guiné
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"Os bastidores são nojentos", disse Vinicius Junior sobre o episódio
- Por Anderson Santos
- 17/06/2023 22h37 - Atualizado há 1 ano
O atacante Vinicius Junior, após a partida entre Brasil e Guiné, em Barcelona, se manifestou sobre a denúncia de racismo feita por seu amigo e assessor pessoal, Felipe Silveira. Em suas redes sociais, Vini Jr comentou o caso, embora tenha deixado o estádio em silêncio.
Felipe Silveira relatou que, ao passar pela catraca de acesso ao Estádio Cornellà-El Prat, foi abordado por um segurança que o revistou, procedimento padrão. Entretanto, durante a revista, o segurança teria retirado uma banana do bolso e dito:
"Mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você".
Felipe e outros três membros da equipe de Vinicius Junior, que estavam presentes, reagiram imediatamente e chamaram a polícia. Uma confusão se iniciou, presenciada por uma reportagem, na qual foi possível observar a banana no bolso do segurança.
Uma funcionária de segurança tentou retirar o homem do local, mas os membros da equipe de Vinicius Junior não permitiram sua saída. O segurança nega ter feito qualquer ofensa racista, porém seu nome não foi divulgado.
— Enquanto eu jogava com a já histórica camisa preta e me emocionava, meu amigo foi humilhado e ironizado na entrada do estádio. O tratamento foi triste, em todos os momentos duvidaram da cena surreal que aconteceu. Os bastidores são nojentos. Mas pra deixar tudo público, pergunto aos responsáveis: onde estão as imagens das câmeras de segurança? Questionou Vini Jr.
Embora haja câmeras de segurança no local, o pedido do estafe de Vinicius Junior para a análise das imagens não foi atendido. Eles tiveram apenas uma conversa com os policiais, que alegaram que o ângulo do vídeo não permite concluir se houve ou não racismo.
Foto mostra a banana no bolso do segurança — Imagem: reprodução
O estafe de Vinicius Junior pretende formalizar uma denúncia junto às autoridades policiais de Barcelona.
O amistoso entre Brasil e Guiné foi marcado por ações antirracistas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como o uso de uniforme preto pela Seleção no primeiro tempo. Além disso, os jogadores ajoelharam-se e houve um minuto de silêncio no estádio antes da partida.
Nota Da CBF
Após o jogo, a CBF emitiu uma nota em relação ao caso. A íntegra da nota não foi fornecida.
"A Confederação Brasileira de Futebol, ao tomar conhecimento do episódio de racismo por que passou o assessor e amigo pessoal do jogador da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, Vinícius Jr, o empresário Felipe Silveira, que, segundo relatos, ocorreu antes da partida, em um dos acessos ao estádio, tomou providências imediatas e, na mesma hora, solicitou a polícia e aos organizadores do jogo que dessem todo o apoio e amparo a mais uma vítima de racismo, um crime que precisa ser combatido de forma veemente e sem descanso. O episódio, inclusive, foi presenciado por jornalistas presentes ao amistoso.
O combate ao racismo, um crime que precisa cessar em todo o mundo, é também o motivo pelo qual estamos aqui. O mesmo motivo que levou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, a vir de Zurich até aqui. E foi também por isso que a nossa Seleção jogou o primeiro tempo da partida de preto.
É um manifesto, é uma bandeira, é uma missão banir do futebol mundial não só o racismo, como toda e qualquer forma de violência, dentro e fora dos estádios .
Temos recebido a solidariedade de todos os companheiros de Federações e Confederações do mundo inteiro, querendo se juntar ao Brasil nessa luta. E hoje, mais uma vez, mais um criminoso foi exposto publicamente' afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues."